O conceito de família tem perdido valores a partir do momento em que o seu agregado deixou de existir como laço de união e se tornou um conjunto desarticulado, onde cada membro passou a agir por si e se movimenta neste Universo em que vivemos como se este fosse fraccionado em parcelas localizadas ali ao lado.

        Para esse desagregamento familiar, muito têm contribuído os meios de comunicação ao nosso alcance, a valorização profissional de cada um e a procura de novos horizontes que está latente nos objectivos do ser humano.

        Nesta conjuntura, a união familiar foi penalizada porque os filhos partem, os netos nascem e vivem distantes, sem conhecerem os familiares mais velhos. Daí o desmoronar de vínculos que se vão diluindo com o decorrer dos anos.

        Se algum de nós perguntar aos nossos filhos se conhecem o familiar que vive na localidade mais próxima, a resposta é, na maior parte dos casos, negativa!
        Sobre o conceito de família, Nuno Grande escreveu:

        "A cultura judaico-cristã que instituiu o conceito de família, unidade de sociedade e expressão básica do funcionamento colectivo, reservatório de valores que se transmitem e se modelam durante a fase da evolução individual, é decisiva para a construção do carácter dos seus elementos. As sociedades modernas estão a funcionar de tal modo que se diluiu a importância da família ou se subverteu o respectivo conceito."

        São precisamente essas preocupações que nos levaram a reunir num documento, todas as gerações da família das Pedrosas, cujo intuito é legar aos vindouros um referencial para meditação, proporcionando-lhes o conhecimento de um trajecto que a família trilhou ao longo de gerações contínuas sem se desviar do seu aprumo, fidalguia e laços de perfeito entendimento entre si e a comunidade onde esteve e está inserida.

        O autor destes breves apontamentos é um dos primeiros a orgulhar-se desse passado que agora investigou e teve verdadeiro conhecimento, bem como se alia ao presente, dando-lhe o seu simples contributo por forma a manter bem viva uma tradição que o decorrer dos tempos não alterou e o futuro deve preservar. É que fazer parte dessa plêiade de personalidades que marcou presença impoluta desde os primórdios do século XII é uma utania que requer dedicação a uma causa que se entrelaça a todos aqueles que pelo sangue ou por afinidade a ela estão ligados.

        Devemos confessar que este trabalho de pesquisa envolveu esforços, mas que se justifica como desafio lançado aos mais jovens pois, sem o seu empenho, a História da Família ficará incompleta.

        Posto este pequeno intróito, eis a História da Família.